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PITAIA entrevista: Jazz Mota

Mais uma entrevista com mais uma mulher incrível em nossa linha editorial para divulgar o trabalho inspirador de algumas das musas que usam Pitaia Rio. Dessa vez, convidamos a modelo e diretora do Ava Amazônia Festival Jazz Mota.

Tendo começado cedo como modelo aos 15 anos de idade, Jazz morou por 7 anos na Itália e recentemente retornou ao Brasil após receber um prêmio para tocar o festival de cinema indígena Ava Amazônia Festival.

Sendo originária das etnias Tupinambá e Guarani, Jazz nos conta que a maior herança deixada pelos seus avós é o trabalho social que seus antepassados sempre desenvolveram ao longo de todos os anos, um legado familiar de muitas gerações de árduo trabalho nas causas socioambientais Amazônicas.

 

Jazz, conta pra gente um pouquinho sobre como você começou a trabalhar com moda?

“Comecei a trabalhar com a moda quando tinha 15 anos de idade à convite de um estilista que me viu andando na rua com minha mãe e perguntou se eu gostaria de participar do desfile dele, já que bem provavelmente eu era uma modelo. Nunca tinha imaginado que poderia ser, e respondi que, na verdade, era bailarina e atriz, que conhecia desde bem pequena os palcos, mas que nunca tinha nem pisado em uma passarela.

Então ele me fez o convite para conhecer a sua coleção e assim iniciei a minha carreira, de forma completamente independente. Tentei diversos concursos de modelo, fui nas melhores agências do país e todas sempre fecharam as portas pra mim dizendo que eu não estava dentro de um “padrão de beleza”. Não porque eu não fosse magra ou alta o suficiente, simplesmente a resposta é que não tinha mercado pra mim, pela minha beleza “exótica” como eles gostam de falar.

E assim segui por outros 15 anos de forma independente e presente em todos os cantos do mercado da alta moda e design, gerenciando a minha própria carreira de modelo que hoje em dia é internacional. Morei na por 7 anos na Itália, voltei para o Brasil mas estou terminando meu mestrado em Partnership e Culturas Nativas na Università deli Studi di Udine, formada em Publicidade e Propaganda. Por aqui, continuo realizando uma série de projetos em Belém do Pará no âmbito da cultura e educação indígena. Tudo isso com muita luta, humildade e garra, abrindo eu mesma os meus caminhos aliando meus talentos cultivados nas artes para absolutamente tudo o que faço.”

 

Seu último projeto, que envolve a promoção do cinema indígena, é inspirador. Conta pra gente como surgiu essa oportunidade?

“Essa oportunidade surgiu com o pontapé inicial do prêmio que ganhei através da Lei Aldir Blanc do Pará, é uma ideia que tenho desde criança. Sendo originária das etnias Tupinambá e Guarani, a maior herança deixada pelos meus avós é o trabalho social que eles, meus bisavós e tataravós sempre desenvolveram ao longo de todos esse anos, um legado familiar de gerações e gerações de árduo trabalho nas causas socioambientais Amazônicas.

Perseverando nessa geração através da linha principal do meu trabalho: a arte e a cultura amazônica, o fortalecimento e disseminação da identidade cultural da região Norte do Brasil, bem como a difusão e preservação das memórias, tradições e saberes ancestrais da floresta.

Portanto, sempre foi um sonho poder realizar um festival de cinema indígena na Amazônia, sonhava com as projeções nas copas das árvores, com um cinema que alcançasse todos os cantos da floresta e acreditava que pudesse ser onde todas as etnias Amazônidas mostrassem as suas culturas, arte e vozes, pois desde pequena tinha a consciência de que a floresta era o meu mundo, meu lar, e a minha família.”

“Para mim, a realidade do resto do mundo sempre foi muito diferente da minha, por isso gostaria que eles conhecessem como nós pensamos aqui e em como isso reflete nas nossas tradições e quais são as nossas maiores necessidades neste momento, onde mais do que nunca a natureza pede socorro junto como os povos originários.”

“Em 2020, e com a chegada da pandemia, vi no prêmio uma oportunidade para colocar em prática esse grande sonho, fazendo realmente o máximo que eu poderia fazer pelo meu povo: assim nasceu o Ava Amazônia, o 1º Festival de Cinema indígena da Amazônia, que acontecerá até o final do ano, com lançamento em Belém do Pará e transmissão internacional.

O meu trabalho com o Ava Amazônia tem como objetivo geral fomentar a produção e formação indígena no cinema, através de um espaço inédito de pesquisa, diálogo, conexão e desenvolvimento que vem sido construído para ampliar essa ponte entre os povos indígenas e o resto do mundo.”

 

De que forma você acha que o cinema pode ter o poder de gerar consciência e respeito acerca de um modo de vida diferente?

“O cinema pode ter o poder de gerar consciência e respeito acerca de um modo de vida diferente mostrando além do imaginário coletivo do que é ser Amazônida. O cinema, para mim, é um portal de inclusão e conexão à realidade indígena através da formação de uma rede de cultura e educação.

Com Ava, queremos abrir um novo espaço para obras audiovisuais genuínas, com o fim de viabilizar o incentivo à preservação da floresta, seja por meio dos filmes ou por meio do programa de reflorestamento e doações ao Fundo Cinematográfico Indígena que irá garantir equipamentos de cinema, redes de internet, e energia solar para as comunidades inscritas.

Mais do que nunca, a juventude têm a oportunidade inestimável de acessar ferramentas sociais e digitais cada vez mais jovens, vivemos em uma época de descoberta profunda da preciosidade do tempo que dedicamos ao cuidado da natureza e, consequentemente, de nós mesmos. Portanto, é fundamental criarmos esses espaços onde o mundo inteiro precisa estar envolvido para que possamos juntos viabilizar melhores soluções para a saúde do nosso planeta por meio da proteção e preservação do nosso bioma e dos povos originários da floresta mãe.”

 

Por fim, como a sustentabilidade entra sua vida? Como você enxerga a sustentabilidade no mundo da moda?

 

“A sustentabilidade entra na minha vida desde o momento em que nasci em solo amazônico.  Ser da Amazônia, pra mim, é viver sustentabilidade em todos os cantos – senão não estaríamos mais aqui nem a floresta (como no momento em que consumo os mais diversos tipos de produtos típicos como a mandioca por exemplo, que pode me dar mais de 10 produtos diversos com cada uma das partes dela).”

“A floresta é como uma grande biblioteca e nossos ancestrais são os maiores mestres dela, que conhecem como transformar o veneno em medicina. Como exemplo, a maniçoba, que é feitas com as folhas da mandioca, chamada maniva e que precisa ser cozida por 7 dias antes de ser consumida.

Para mim, a sustentabilidade na moda paraense sempre foi muito evidente com o acesso fácil à essa biblioteca natural, desenvolvemos à décadas pesquisas sobre a melhor utilização dos materiais biológicos, para que o mínimo seja descartado e a nossa identidade seja ao mesmo tempo valorizada.

A sustentabilidade é fundamental no mundo da moda, pois é o segundo mercado que mais polui no mundo. Por isso, me encantei com a Pitaia, que trabalha com tecidos certificados e lycras biodegradáveis com proteçāo UV 50+.

Além disso, é produzida de forma responsável no Rio de Janeiro, sendo sustentável desde a matéria prima à produção. A nova coleção “Rio de Dentro”, que tive a honra de fazer parte da campanha, está belíssima. Traduz muito bem, por meio dos melhores materiais eco, nossas cores e designs naturais, sem contar o conforto único que é vestir essas peças. são os biquínis mais confortáveis que já vesti na minha vida!”

 

O prazo é todo nosso de ter um pouquinho da sua história por aqui, Jazz. Realmente inspirador!

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